segunda-feira, 28 de abril de 2014

Ana Amélia critica possível apoio do BNDES à construção de porto no Uruguai

Complexo fará concorrência predatória a portos das Regiões Sul e Centro-Oeste. Senadora também falou da falta de investimentos em infraestrutura no Brasil

O possível apoio do BNDES à construção de porto no Uruguai que fará concorrência predatória aos portos da Região Sul do Brasil, enquanto o País carece de investimentos em vários setores da infraestrutura, foi criticado pela senadora Ana Amélia (PP-RS) durante reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). A parlamentar gaúcha lembrou que no dia 25 de março, em audiência no Senado, questionou o presidente do Banco, Luciano Coutinho, sobre o projeto, e ele negou o investimento.
— Agora, mais uma vez, o presidente do BNDES disse que não recebeu nenhum pedido de financiamento. Porém, a imprensa brasileira e uruguaia dão como certa a construção desse porto com apoio do banco — disse Ana Amélia.
A senadora disse que recebeu relatos de preocupação dos administradores de terminais portuários do Rio Grande do Sul com a concorrência que irão enfrentar a partir da construção do porto de águas profundas em Rocha, cidade a 288 quilômetros de Rio Grande, onde está um dos mais importantes portos brasileiros. O complexo no Uruguai poderá sugar cargas da região e afetar o Sul e o Centro-Oeste do Brasil.
Ana Amélia citou alguns dados para exemplificar a importância do porto de Rio Grande. Disse que das 488,4 mil toneladas do grão exportadas por Rio Grande no primeiro trimestre de 2014, quase metade veio de outros estados brasileiros, como Mato Grosso, Paraná e Tocantins. O município de Campos Lindos, por exemplo, no Tocantins com produção do grão, fica 3.635 quilômetros de distância de Rio Grande.
A parlamentar disse não estar julgando a política de cooperação externa brasileira, porém criticou os investimentos fora do País com dinheiro do contribuinte enquanto não são supridas as necessidades internas de avanço em áreas fundamentais para o desenvolvimento econômico.
— Não podemos estar fazendo para os outros o que não é feito aqui dentro. É preciso também investir em infraestrutura no Brasil. É uma questão de justiça com quem trabalha e produz em nosso País — completou Ana Amélia.

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