terça-feira, 4 de junho de 2019

Vereadora Eni Scandolara homenageia Belmiro Salomoni com nome de rua


Na segunda-feira (3), durante a última sessão ordinária do Poder Legislativo, os parlamentares aprovaram por unanimidade o projeto de lei apresentado pela vereadora Eni Scandolara (Progressistas) referente à denominação de rua no Bairro Novo Atlântico. A legislação aprovada define como “Rua Belmiro Salomoni – Pioneiro” o nome de uma travessa na Rua Alcides Mendes de Camargo. Na ocasião, os familiares do homenageado estiveram presentes no plenário da Câmara Municipal.
Sobre o homenageado – nascido em Caxias do Sul, em 18 de junho de 1896, Belmiro Salomoni era filho de imigrantes italianos. Em 1918, mudou-se para Erechim, onde montou um moinho e, posteriormente, abriu estabelecimentos comerciais. Também atuou no setor de obras da Prefeitura, onde trabalhava em escavações, abertura de ruas, cascalhamento e calçamento. Em sua rica trajetória, Belmiro ainda trabalhou como moleiro, montando moinhos de trigo e milho. “Belmiro Salomoni deixou a seus familiares, amigos e conhecidos grandes ensinamentos, e foi um pioneiro, um desbravador a quem a sociedade erechinense deve sua homenagem e gratidão”, afirma Eni.
Belmiro Salomoni faleceu em maio de 1995.

Histórico

Filho de pais italianos radicados em Caxias do Sul, Belmiro Salomoni nasceu em 18 de junho de 1896 na Vila Santa Teresa. Seu pai Emílio chegou da Itália com 12 anos de idade e junto com a família trabalhava na agricultura. Mais tarde, montou uma serraria e criava algum gado que utilizava para tração e transporte de madeira. Juntamente com a esposa Lucia Mesanne. A família tinha também um moinho para produção de farinha e uma fábrica de caixas de madeira e cabos de vassoura. Na época Belmiro trabalhava com a família, onde aprendeu a desempenhar diversas funções.
Por volta de 1918, aos 22 anos, transferiu-se para Erechim, onde montou um moinho. Posteriormente abriu uma oficina e abriu um armazém na Rua Alemanha. Foi um dos pioneiros a auxiliar no desenvolvimento de nosso município.
Em 11 de novembro de 1922, casou-se com Assunta Esterina Antonello, nascida em Vicenza na Itália, onde veio de navio para o Brasil com oito anos de idade. Desta união nasceram 13 filhos: Sabina, Sigismundo, Robinson, Claudio, Aleida, Belmiro, Alberto, Elaine, Miguel, Gabriel, Rafael, Geraldino e Tereza Mafalda. O casal teve 40 netos, 64 bisnetos e 33 tataranetos.
Buscando melhores condições para a família, Sr. Belmiro passou a fazer empreitadas para a Prefeitura Municipal de Erechim, onde foi capataz de obras. Juntamente com sua equipe composta de 12 homens abria ruas, fazia escavações, cascalhamento e calçamento no início do desenvolvimento de Erechim. 
Entre as diversas obras realizadas por Belmiro está a abertura de uma de nossas principais avenidas, a Av. Maurício Cardoso, desde a linha férrea até onde hoje se encontra o Clube do Comércio. O trabalho era árduo e realizado de forma braçal, com pás, picaretas e carrinhos de mão. Chegou a ter 12 carroças para o transporte de materiais da pedreira até o local da obra. Várias ruas de nossa cidade foram calçadas pelas mãos de Belmiro.
Foi Sr. Belmiro que plainou o primeiro campo de futebol do Atlântico, localizado na época onde atualmente fica o Hospital Santa Terezinha. Segundo ele era uma verdadeira floresta com árvores imensas, todos os tipos de pássaros, animais selvagens como pacas, cotias, nhambus, macacos e jacutingas.
Em determinado momento com a necessidade de um Campo de Aviação, Belmiro Salomoni empreitou a realização do atual Aeroporto Comandante Kraemer, onde foi realizada a derrubada de enormes árvores e aplainamento do terreno. Muitos anos depois recebeu o Troféu Bota Amarela do Aeroclube de Erechim em reconhecimento ao seu trabalho.
Após trabalhou como moleiro, montou o moinho de trigo, que ainda existe na Rua Germano Hoffmann com a Rua Aratiba. Também foi moleiro do Moinho Marcelinense S/A com moagem de trigo e milho. Teve também uma indústria da Rua Osvaldo Aranha, atual Rua Passo Fundo, que produzia o saboroso vinho “Sedutor”, no tempo de Boa Vista do Erechim.
Para Belmiro, a cidade começou a progredir em virtude da propaganda feita por meio de cartas aos parentes das “Terras Velhas”, de Caxias, Bento Gonçalves, Guaporé e outras. Nas palavras de nosso homenageado: - Toda aquela juventude vinha e se estabelecia por aqui, uns na sede e outros na colônia. Aqueles que ficavam na sede montavam uma casa de comércio, armazéns, oficinas, ferrarias e assim por diante. Começaram assim a se reunir as sociedades como por exemplo o Clube Ypiranga, o Atlântico, naquele tempo Italo-Brasileiro.
Belmiro Salomoni deixou a seus familiares, amigos e conhecidos grandes ensinamentos, entre eles o trabalho, o respeito, a educação, a disciplina, o amor e a união.  A cada refeição agradecia a Deus, o pão e a graça por estar à mesa com a família. Faleceu aos 98 anos, em 03 de maio de 1995. Foi um pioneiro, um desbravador, um lutador, deixa um legado a que a sociedade erechinense deve sua homenagem e gratidão. 

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