quarta-feira, 14 de maio de 2014

Ana Amélia representa o Senado na abertura da 17ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios

Presidente da Subcomissão de Assuntos Municipais do Senado, parlamentar gaúcha reiterou seu compromisso em defesa da divisão mais justa dos recursos entre os entes da Federação

Representando o Senado Federal na 17ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, a senadora Ana Amélia (PP-RS) reiterou a necessidade de rever a distribuição dos recursos entre os entes federativos para evitar a falência dos municípios. A abertura da mobilização que reúne prefeitos, vice-prefeitos e vereadores de todo o País ocorreu na manhã desta terça-feira (13), com a presença de mais de 5 mil gestores.
— É nos municípios onde as pessoas, vivem, trabalham e enfrentam os seus problemas. Então, se não houver solidariedade entre os entes federativos, essa Federação vai acabar falindo de vez — disse a parlamentar.
Presidente da Subcomissão de Assuntos Municipais, Ana Amélia lembrou que as responsabilidades dos municípios aumentam a cada ano, enquanto os repasses sofrem quedas motivadas por desonerações promovidas pelo governo federal em impostos que financiam o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
— O FPM é a principal fonte de receita de mais de 4 mil municípios brasileiros, ou seja, cerca de 80% das cidades. Mas os repasses são reduzidos a cada ano. Como fechar as contas com essa redução de receita? — questionou a senadora.
Ana Amélia defendeu a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 39/2013) de sua autoria, que prevê o aumento de 2% no repasse ao FPM, o que representaria cerca de R$ 7 bilhões a mais por ano para as prefeituras. A proposta está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, e conta com o apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e de prefeitos de todo o País.

Desonerações

O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, além de apoiar o aumento de 2% no repasse ao FPM, fez questão de frisar as perdas registradas por conta das desonerações concedidas como medida de incentivo fiscal, principalmente as do Imposto Sobre Produtos Industrializados e Imposto de Renda (IR).
— A Receita Federal divulgou um relatório que aponta perda de R$ 77 bilhões. Um dado estarrecedor. Nós perdemos um ano de FPM nos últimos cinco anos. Isso porque a União faz favor com chapéu alheio. Ela deveria renunciar da sua parte, ela deveria respeitar a federação — disse o presidente.
Ziulkoski também lembrou que o governo cria constantemente programas federais por meio de decretos, porém quem arca com a grande parte dos custos são as prefeituras. Criticou a falta de reajuste nos repasses feitos aos municípios para executar esses programas.
— Se não tiver do governo federal uma mudança, nas próximas Marchas viremos devolver esses programas — afirmou.

Federações

Além dos discursos do presidente da CNM, da senadora Ana Amélia e do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que também garantiu apoio ao incremento de 2% nos repasses ao FPM, a abertura da Marcha foi marcada pelos discursos de representantes das federações estaduais de municípios.
Entre eles, o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Antônio Carlos Andrada. O dirigente destacou o papel dos gestores municipais para o desenvolvimento do País e criticou a falta de representantes do governo federal no evento.
— Hoje, o dinheiro fica em Brasília, e os problemas nos Municípios. Essa é a grande verdade. E esse é o retrato da federação brasileira — disse Andrada.
O presidente da AMM ressaltou o descaso do governo federal em relação aos problemas que afetam não só os gestores municipais, mas principalmente o povo.
— Queremos falar e queremos ser ouvidos. Não é possível tratar os prefeitos e as demandas dos municípios dessa maneira. Não podemos ficar calados. Vamos dizer que somos prefeitos, eleitos para governar e não para mendigar — concluiu.

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